Portal da Cidade Mogi Mirim

“RACHADINHA”

Mesmo com passagem comprada, ex-assessor diz que não viajou a mando do vereador

Samuel é acusado por Adauto de praticar a “rachadinha”, que consiste na devolução de parte do salário recebido pelo assessor ao vereador

Publicado em 20/11/2019 às 02:05
Atualizado em

Samuel em foto publicada em 20 de março deste ano em Brasília, com Joice Hasselmann (Foto: Arquivo Facebook)

O ex-assessor parlamentar Adauto Donizete Sebastião, em documento entregue ao Ministério Público de Mogi Mirim nesta quarta-feira, dia 20, disse que o vereador Samuel Cavalcante o proibiu de ir a uma viagem em Brasília. 

Samuel é acusado por Adauto de praticar a “rachadinha”, que consiste na devolução de parte do salário recebido pelo assessor ao vereador. O fato foi denunciado há duas semanas pelo Portal MM Notícias.

LEIA MAIS:
"Vereador passou a exigir quase 90% do meu salário”, acusa ex-assessor de Samuel
“Esse ex-assessor se aliou a uma pessoa, no mínimo suspeita”, alega Samuel

Adauto e outro ex-consultor informal de Samuel apresentaram a denúncia da suposta prática antes da sessão de Câmara na segunda-feira. Imediatamente, a comissão de ética do Legislativo se reuniu para tratar das denúncias.

A comissão de ética é formada pelos vereadores Cristiano Gaiotto, Orivaldo Magalhães, André Mazon, Maria Helena Scudeler de Barros e Tiago Costa.

Adauto prestou serviços na Câmara até este mês como assessor nomeado no gabinete de Samuel. A admissão dele ocorreu em 14 de julho de 2017. Adauto foi o terceiro assessor nomeado por Samuel. Antes dele trabalharam Júlio Marangoni e João Sanseverino.

Nesta quarta-feira, dia 20, Adauto foi ao MP ao lado de Emanuel Alex Lucena da Silva. Com um documento em mãos, protocolaram o pedido de abertura de inquérito contra Samuel. Em seguida, eles foram ouvidos por mais de 2 horas pelo promotor de Justiça Gaspar Pereira da Silva Junior, que decretou sigilo na apuração da denúncia.

VIAGEM

“(...) O parlamentar me proibiu de ir em viagem a Brasília, já devidamente protocolada e paga pela Câmara Municipal, gerando ônus para a referida Casa Legislativa, comprometendo a prestação de contas da referida viagem (sic) gerando multas que deverão ser ressarcidas por este funcionário”, alega Adauto no documento entregue ao MP no qual o Portal da Cidade teve acesso.

A viagem que Adauto se referiu gerou uma nota de empenho no dia 8 de novembro, no valor de R$ 394,85, tendo como responsável a Mogiport Viagens e Turismo. Mogiport é a razão social da Portal Turismo.

Segundo o Portal da Transparência, Samuel Cavalcante fez três viagens a Brasília.

OUTRO LADO

O vereador Samuel Cavalcante se manifestou em nota oficial sobre a acusação de ter supostamente cobrado participação no salário do assessor parlamentar Adauto Donizete Sebastião, nomeado em 14 de julho de 2017 na Câmara.

Em sua rede social, Samuel prestou esclarecimento alegando que seu ex-assessor se aliou a uma pessoa no mínimo “suspeita”, sem citar nomes para justificar os ataques sofridos.

“Jamais aceitarei essas denúncias descabidas e “politiqueiras”, e desde já, coloco à disposição da Comissão de Ética formada pelos Nobres Vereadores da Câmara Municipal de Mogi Mirim, os meus dados fiscais e financeiros, para esclarecimento dos fatos”, declarou Samuel.

Leia a íntegra de sua nota oficial:

“Nos últimos dias meu nome está sendo envolvido em denúncias realizadas por um ex-assessor e um apoiador político desse assessor, sobre a suposta ocorrência de “rachadinha” em meu Gabinete.

Primeiramente, venho a público esclarecer que por motivos profissionais, dispensei esse meu ex-assessor, pois deixava de atender de forma digna e humana os cidadãos mogimirianos que me procuravam na Câmara Municipal.

Esse meu ex-assessor, me ajudava também na administração financeira da minha vida profissional e pessoal, realizando vários pagamentos de contas particulares e de rotina do meu Gabinete.

Após a demissão, esse ex-assessor se aliou a uma pessoa, no mínimo “suspeita”, e iniciaram vários ataques à minha honra e ao meu mandato, realizando acusações totalmente descabidas e de claro cunho político, tentando manchar o trabalho que realizo em prol da minha cidade de Mogi Mirim.

Jamais aceitarei essas denúncias descabidas e “politiqueiras”, e desde já, coloco à disposição da Comissão de Ética formada pelos Nobres Vereadores da Câmara Municipal de Mogi Mirim, os meus dados fiscais e financeiros, para esclarecimento dos fatos.

Eu me coloco a disposição e a prestar esclarecimentos a todos os Órgãos Públicos competentes, oferecendo também a esses Órgãos, toda minha movimentação fiscal e financeira, a qual comprovará a lisura de minhas condutas.

Estou sendo chantageado e ameaçado por pessoas que jamais fizeram algo por Mogi Mirim!!! Por pessoas que pretendem se “autopromover” às custas da minha honra e da minha dignidade!!! E principalmente, às custas do meu mandato!!!!

Não me intimidarei por essas ações articuladas e criminosas realizadas por esses sujeitos!!!! Vou em busca da quebra do sigilo bancário e telemático de mensagens dessas pessoas, bem como de terceiros que porventura estejam “bancando” essas pessoas!!!

Continuarei meu Trabalho!!!!

Continuarei acreditando em Mogi Mirim!!!!

Vereador - Samuel Nogueira Cavalcante”

LEIA MAIS:
"Vereador passou a exigir quase 90% do meu salário”, acusa ex-assessor de Samuel
“Esse ex-assessor se aliou a uma pessoa, no mínimo suspeita”, alega Samuel

Fonte:

Deixe seu comentário