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Dirceu Paulino e André Mazon batem boca durante sessão de Câmara

Ex-vereador denunciou que dados vazados do Legislativo causaram ameaças a agricultores que participaram de audiência pública com secretário de Agricultura

Publicado em 10/03/2024 às 10:30
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André Mazon (de costas) ao rebater as acusações de Dirceu Paulino (ao fundo) (Foto: Claudio Felício/Portal da Cidade)

A sessão de Câmara de segunda-feira (4) terminou com um bate-boca entre o presidente do Legislativo municipal, vereador Dirceu Paulino (SDD), e o ex-vereador André Mazon (sem partido). O motivo foi uma denúncia levada por Mazon em suas redes municipais, de que a Câmara supostamente vazou dados pessoais dos participantes de uma audiência pública realizada duas semanas antes com o secretário municipal de Agricultura, Oberdan Quaglio, sobre a situação das estradas rurais.

Estes dados teriam sido usados, segundo André Mazon declara em vídeo, para desconhecido usar o telefone para ameaçar três produtores rurais, que cobram providências da Prefeitura. Quaglio, que tem tido sua gestão muito questionada por atrasos no cronograma de obras de melhorias das estradas rurais, foi duramente cobrado por produtores rurais na audiência pública.


A crítica de Mazon se deve ao fato que todo participante de audiências públicas na Câmara precisa se identificar assinando nome e colocando dados pessoais num livro de presença e que estas informações teriam sido usadas politicamente para perseguir os empresários do agronegócio. André Mazon é pré-candidato a prefeito ainda sem partido. Ele defende a bandeira do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Espero de coração que nosso presidente Dirceu Paulino não tenha feito esse absurdo”, declarou André Mazon no vídeo. O presidente da Câmara reagiu durante a sessão desta semana. “Chega a ser cômico o André Mazon questionar alguém de algo errado. A pessoa que tem o maior teto de vidro do município jogando pedra”, retrucou Dirceu Paulino, que ainda disse que as acusações são infundadas e sequer possuem provas.

O presidente da Câmara fez uso da palavra para explicar que o cadastramento de visitantes e participantes das sessões e audiências públicas é uma prática que ocorre antes do início do seu mandato e que foi adotada por medida de segurança para ter controle de quem entra e sai do Legislativo. As sessões são públicas e invariavelmente são acompanhadas por um guarda civil municipal.


Paulino ainda acusou a gestão de André Mazon como secretário de Cultura na gestão Gustavo Stupp, na qual o atual presidente da Câmara atuou como secretário de Esportes. “Ele não conseguiu administrar uma secretaria com R$ 2 milhões, imaginem uma cidade com quase R$ 800 milhões, o que ele faria?”, declarou.

“A incapacidade desse senhor André Mazon, ele não teve nem a decência de vir aqui perguntar como que é feito o cadastramento, onde fica armazenado e quem tem acesso. Ele simplesmente acordou e fez o que gosta de fazer: tentar desconstruir a imagem das pessoas. Quero que ele prove, quero ver se ele tem peito”, disse ainda.

As declarações de Paulino ocorreram durante a sessão, sem presença de André Mazon, que compareceu ao final da reunião legislativa para responder ao presidente da Câmara. Teve aí o início do bate-boca. Sem microfone, mas aos gritos nas galerias do Legislativo, André Mazon retrucou aos ataques de Dirceu Paulino.

O presidente da Câmara usou o microfone para exibir um áudio de 2017 do vereador Alexandre Cintra (PSDB), que revelou sua exoneração da Secretaria de Cultura em 2013 durante a gestão André Mazon. Cintra acusou à época de ter tido uma bolsa revistada a mando do então secretário de Cultura. A revelação feita em 2017 ocorreu quando André Mazon também ocupava o cargo de vereador. Na ocasião, Mazon pediu desculpas pelo ato.

André Mazon rebateu às acusações. “O senhor está mentindo. Te mandei mensagem antes e me ignorou. Quero direito de resposta”, disse, aos berros, a Paulino. “Eu vou processar você (Paulino)”, bradou em relação à acusação feita por Alexandre Cintra. “Porque ele não era funcionário público”, completou, referindo ao fato do agora vereador do PSDB ter sido exonerado em 2013 como funcionário de livre nomeação do prefeito.


Em nenhum momento Dirceu Paulino deu o uso da palavra a André Mazon. Os áudios captados pela transmissão são todos do microfone do presidente da Câmara, por isso, muitas das acusações de Mazon são inaudíveis.

“Se o senhor está acostumado a fazer politicagem, o problema é do senhor. O senhor vai ter que provar que a Câmara passou dados para terceiros, até porque todos os vereadores concordaram com a coleta de dados, inclusive a esposa do senhor”, completou Dirceu Paulino, se referindo à vereadora Joelma Franco.


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