A Prefeitura de Mogi Mirim é acusada de censurar e até mesmo excluir comentários de munícipes nas suas redes sociais. A prática teria sido feita no Facebook do Executivo municipal, que é administrado pela gerência de comunicação, órgão vinculado à Secretaria de Relações Institucionais.
O fato já foi relatado em grupos de Facebook no município, como o Dedo Duro para o Bem, e foi levado à Câmara na segunda-feira (5) pela vereadora de oposição Joelma Franco, que ouviu relatos de produtores rurais durante a reunião com Frente Parlamentar que atende o setor agrícola da cidade.
Joelma relatou que os produtores rurais fizeram apontamentos sobre temas ligados à zona rural e tiveram seus comentários excluídos. Também houve denúncia de bloqueio na página, isto é, os perfis bloqueados ficam impedidos de registrar qualquer tipo de comentário.
A reportagem do Portal da Cidade Mogi Mirim procurou pela assessoria de imprensa da Prefeitura, questionando quem faz os gerenciamentos de comentários nas redes, por que os perfis estão sendo excluídos, quantos perfis foram excluídos das páginas da Prefeitura e quais medidas poderão ser eventualmente tomadas.
A assessoria de imprensa ignorou todos os pedidos feitos pela reportagem. A exclusão de comentários em páginas oficiais de órgãos de governo é uma prática condenada, uma vez que espaços institucionais focados no atendimento ao cidadão, quando cerceiam o direito de participação popular, acabam aderindo a um estado de censura.
“Democracia requer não apenas manifestação de opinião, mas manifestação de opinião sujeita à contraposição, numa amplitude do diálogo. Se o agente não se considera capaz de dialogar, que não mantenha o perfil na plataforma, ou que o mantenha de forma fechada. A exclusão de um usuário de rede social por agente político detentor de mandato é a exclusão de um cidadão do espaço cibernético, retirando-lhe voz”, opinou Raquel Ramos Machado ao Consultor Jurídico.
O governo Paulo Silva tem sido muito ativo nas redes sociais. E quando questionado, o grupo político costuma agir organizadamente, como se viu na reportagem “Primeira empresa da gestão Paulo Silva vai trocar Mogi Mirim por Mogi Guaçu”, publicada pelo Portal da Cidade em 31 de dezembro do ano passado.
Na ocasião, o prefeito, secretários e comissionados responderam à publicação com comentários nas próprias postagens no Facebook e Instagram, inclusive integrantes da comunicação que agiram impulsivamente por interesses políticos e não de acordo com a conduta esperada por profissionais que atuam na comunicação institucional de uma assessoria de governo.
A comunicação está atrelada à pasta chefiada por Maria Helena Scudeler de Barros, favorita para concorrer como candidata a vice-prefeita na chapa de reeleição de Paulo Silva.
