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O partido que tem como filiado nada menos que o ex-presidente Jair Bolsonaro está determinado a não ter candidato a prefeito em Mogi Mirim na eleição para prefeito em outubro. O PL (Partido Liberal) corre sério risco de não ter chapa inclusive de vereadores em uma manobra que enfraquece a estratégia da direita de polarizar a disputa eleitoral contra o atual prefeito Paulo Silva (PDT).
A razão por essa estranha recuada do PL no seu protagonismo político de Mogi Mirim tem exposto teorias das mais diversas, dentre elas uma disputa interna pela liderança do partido, que na teoria está sob responsabilidade do deputado estadual Bruno Zambelli, irmão da deputada federal Carla Zambelli, ambos muito bem votados nas eleições passadas.
É comum deputados e outras grandes lideranças serem padrinhos de novos filiados nos municípios. Em Mogi Mirim, a nominata está sob a responsabilidade em Bruno Zambelli, que não conseguiu impedir, há duas semanas, que o PL ficasse sem comando e praticamente inativo na cidade por decisão da executiva estadual.
Sem a opção de ir para o PL, coube a Bueno se filiar ao Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas. Dia 25 de fevereiro, no domingo, Alexandre Bueno esteve na avenida Paulista juntamente com Danilo Zinetti e de lá gravaram um vídeo com Bruno Zambelli, que é entusiasta de uma candidatura sólida da direita nas eleições em Mogi Mirim. A prioridade era lançar cabeça de chapa pelo PL.
Em outro ato espalhado divulgado nas redes sociais, ao lado dos irmãos Bruno e Carla Zambelli, a senadora Damares Alves, bolsonarista de primeira linha, que também é do Republicanos, é vista declarando apoio à candidatura de Alexandre Bueno.
A teoria ventilada é que o PL ficaria “congelado” e sem representatividade nas eleições municipais, o que enfraqueceria o movimento da direita e daria mais fôlego para a reeleição do prefeito Paulo Silva, que deve ter como candidata a vice a atual secretária de Relações Institucionais, a ex-vereadora Maria Helena Scudeler de Barros.
O PL não seria o destino da Maria Helena, ex-saída do MDB, já que Paulo Silva é historicamente ligado à esquerda – foi filiado ao PC do B – e tem como aliados o presidente do PT da cidade, o ex-vereador Ernani Donatti Gragnanello – atual secretário de Serviços Municipais.
Uma das maiores figuras hoje do PL nacional é a deputada federal Amália Barros, filha de Maria Helena e aliada de primeira linha da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro. Michelle é presidente do PL Mulher e tem Amália como sua vice.
Há quem garanta que Amália tem agido nos bastidores para impedir que o PL projete uma candidatura para fazer frente à chapa Paulo Silva-Maria Helena, com o compromisso de Maria Helena ser a candidata do PL, com apoio do PL, à Prefeitura de Mogi Mirim em 2028.
A executiva estadual do PL silenciou sobre a decisão de destituir Zinetti e toda a executiva municipal do comando do PL, e expõe mais desconfianças que o partido pode ficar sem candidato para a Câmara de vereadores, o que seria algo impensável numa cidade que, nas eleições presidenciais passadas, deu a Bolsonaro 70% dos votos válidos com 29% do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
PL é de direita
Em entrevista ao podcast Isso Que Importa, apresentado por Alexandre Bueno, Danilo Zinetti afirmou que tem o comando provisório do partido e está confiando que vai continuar à frente do partido. A declaração combina com a tentativa de Bruno Zambelli de ter o controle definitivo da sigla na cidade.
“O PL é um partido de direita e o que representa o grupo do atual prefeito? É de esquerda”, disse Zinetti. “Vamos apoiar o candidato a prefeito que combine nossas ideias e estou muito otimista”, afirmou a Bueno, a quem apoiará para o Executivo em 2024.
