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ANÁLISE

“Homem forte” e virtual vice de CNB, Danilo foi do gabinete para a “geladeira"

Danilo anunciou em nota publicada no jornal O Popular o seu desembarque do governo municipal e seu rompimento com Carlos Nelson

Publicado em 06/09/2019 às 02:41

A saída de Danilo Zineti não causou o abalo que tanto se esperava no governo Carlos Nelson Bueno. E a explicação tem justificativa: já fazia um bom tempo que o agora ex-secretário de Governo vinha atuando quase que ofuscado, sem espaço inclusive no Gabinete.

Danilo anunciou em nota publicada no jornal O Popular o seu desembarque do governo municipal e seu rompimento com Carlos Nelson. A Prefeitura publicou uma nota apenas agradecendo o empenho do ex-secretário, sem dar margem para outras insinuações.

Antes da eleição de 2016, o nome de Danilo ganhou força quando ele passou a presidir o PSD, no lugar de Tatá Frítoli. Em claro apoio à candidatura de Carlos Nelson, atuou na campanha e por pouco emplacou o candidato a vice: primeiro Cinoê Duzo, que saiu do partido na pré-campanha para se filiar ao PSB, e depois Orivaldo Magalhães, preterido por Lúcia Tenório, do Solidariedade.

Mesmo assim, seu papel na campanha rendeu pontos com Carlos Nelson, que o elegeu como coordenador da equipe de transição na campanha. Nas coletivas e nos anúncios de secretários, Danilo sempre surgiu ao lado de Carlos Nelson. Receberia do então chefe a confiança de comandar o Gabinete.

Danilo iniciou o governo ocupando o cargo mais importante, o de chefe de Gabinete, e passou a tomar as decisões mais importantes. Por outro lado, exagerou na dose no quesito publicidade.

Passou a aparecer em todos os atos, a exercer papel de protagonista, até mesmo com atitudes claramente populistas, como nos mutirões de limpeza em que atuou ao lado de outros homens de confiança de Carlos Nelson, executando serviço braçal.

Até mesmo a imprensa tratou Danilo como “homem forte” e um propenso adversário de Lúcia Tenório numa eventual disputa pela cadeira de vice na campanha de reeleição. Só que aos poucos, a exposição em demasia gerou atrito com vereadores e outros secretários, a ponto de Carlos Nelson “rebaixá-lo” para a Secretaria de Governo, escalando Guto Urbini como chefe de Gabinete.

Mesmo assim, Danilo ainda se aproveitava para participar dos atos do governo, a ponto de liderar anúncios, coletivas e a participar de eventos no Palácio dos Bandeirantes. Não se sabe exatamente o momento, mas uma ordem de Carlos Nelson cessou a exposição. Danilo deixou de ser o foco nas publicações oficiais. Assim como deixou de participar dos encontros mais importantes.

Sem peso dentro do Governo e tendo os dois vereadores do partido alinhados com o atual governo, Danilo tomou a decisão de sair para criar uma alternativa política para a cidade em 2020. Conquistou alguns aliados descontentes na atual administração, mas também desafetos declarados, dentre eles alguns secretários “poderosos”.

Resta saber qual será o poder de influência de Danilo Zinetti estando fora da Prefeitura a partir de agora. E como se comportará o PSD sem estar à sombra do grupo que hoje comanda a cidade.


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