Chamado de “rei”, Paulo Silva diz que oposição terá “grande derrota eleitoral”

Com discurso de vitória assumido nos discursos e declarações, ao passo que a oposição sucumbe numa nova repetição de erro nestas eleições por falta de união e de uma candidatura consistente ao Executivo, o prefeito Paulo Silva (PDT) deixou a modéstia de lado, zombou dos seus adversários e disse que a oposição terá uma “grande derrota eleitoral” em 6 de outubro.

O clima não poderia ser mais tentador para um discurso para colocar a campanha de reeleição na rua. Neste sábado (25), Paulo Silva foi chamado de “rei” no evento do União Brasil, que ainda não sinalizou a candidatura da secretária de Relações Institucionais, Maria Helena Scudeler de Barros, como sua vice na chapa de reeleição, mas contribuiu para testar a força de Paulo, que conta com quatro vereadores no partido e uma chapa robusta para concorrer às 17 cadeiras na Câmara Municipal.

Não há pesquisas registradas, mas as sondagens que são feitas pelos partidos que participam do processo eleitoral indicam favoritismo de Paulo Silva nas urnas neste ano. E foi justamente o que deu para sentir no evento deste sábado. O atual prefeito continua sendo a grande referência política desta junção de partidos de esquerda, como o PT, de centro esquerda e inclusive de centro-direita em apoio à reeleição.

Paulo Silva tenta afastar o rótulo de que é de esquerda, que tem passado de ligação com o PC do B e PSB, além do fato de ser um apoiador histórico das candidaturas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros expoentes do Partido dos Trabalhadores, quando diz que seu grupo político não é “nem 100% de direita, nem 100% de esquerda, é 100% Mogi Mirim”, sucedido de aplausos.

A referência a “rei” foi feita por Cléber Setin, orador da solenidade ao fazer referência que se o evento simbolizasse um tabuleiro de xadrez, Paulo Silva seria a peça alvo de captura durante todo o jogo. Não poderia ter tido referência mais feliz se não fosse uma postura de ataque de Paulo Silva, como uma autêntica "rainha" do tabuleiro, ao zombar do que a oposição vem fazendo nesta pré-campanha.

“Olhem bem a nossa oposição. Nós até pensamos também em trazer eles (com a gente), boa parte deles, mas eles estão desorientados, estão perdidos, eles não têm um candidato, não tem força partidária e fiquei até sabendo, inclusive, que estão procurando já cartomante”, afirmou, mais uma vez provocando uma salva de palmas

E foi mais além: “eles vão sofrer uma grande derrota eleitoral no dia 6 de outubro.”

Rasgou elogios para o seu grupo político. “Nós estamos com pessoas muito habilidosas do nosso lado, muitas pessoas experientes na vida política partidária e nós estamos construindo uma grande frente, não só partidária, mas política, de lideranças fortes, em todos os setores da sociedade”, pontuou, diante de uma plateia de pré-candidatos a vereador, secretários e ex-secretários, além de comissionados da Prefeitura.

“O que nós estamos conquistando pra Mogi Mirim não é uma obra de uma pessoa, é uma obra de um grande número de pessoas e de vereadores, de lideranças”, sentenciou.

O evento contou com discurso dos vereadores Dirceu Paulino, João Victor Gasparini, Márcio Ribeiro e Marcos Gaúcho, além de Maria Helena, recentemente filiada ao União Brasil para viabilizar a sua candidatura a vice na chapa de Paulo Silva.

Em suas falas, Maria Helena agradeceu o apoio que recebeu desde a morte da filha, a deputada federal Amália Barros (PL-MT), e defendeu o legado de Paulo Silva, apontando por ela como responsável por Mogi Mirim ser vista como uma das principais cidades da região, “notada até mesmo pelo governador do Estado” por ter um “orçamento maior do que Mogi Guaçu, que é duas vezes maior do Mogi Mirim”.