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Criança que teve pescoço cortado por linha com cerol recebe alta do hospital

Menina de 8 anos ficou internada por mais de 20 dias no Hospital 22 de Outubro depois de ser submetida a intenso trabalho de recuperação

Publicado em 04/04/2024 às 09:14
Atualizado em

(Foto: Reprodução/EPTV)

O drama que teve início em 10 de março para uma família de Mogi Mirim, terminou na manhã desta quinta-feira (4). A menina de 8 anos que teve o pescoço cortado por uma linha de pipa com cerol no Parque das Laranjeiras, zona Leste, enquanto brincava, teve alta médica e deixou o Hospital 22 de Outubro onde permaneceu internada desde então.

O incidente causou ferimentos graves no pescoço da criança, exigindo uma rápida intervenção de socorro. Pais e moradores, prontamente, prestaram assistência à vítima no local antes de seu encaminhamento para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste.

De acordo com informações fornecidas por um funcionário da UPA, a criança recebeu os primeiros socorros e foi transferida com urgência para o Hospital 22 de Outubro, onde passou por uma intervenção cirúrgica. Desde então, permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) infantil, recebendo tratamento especializado.

Valdecir Ferreira, o pai da menina, relatou sobre a melhora do estado de saúde de sua filha e agradeceu aos cuidados com ela. “Ela recebeu um tratamento excepcional. Sua recuperação está progredindo favoravelmente, considerando a gravidade da situação. O tratamento foi verdadeiramente maravilhoso, tanto Deus quanto os médicos desempenharam um papel crucial. Eles dedicaram sua atenção a ela de forma notável”, disse o pai ao Portal da Cidade antes ainda da notícia da alta médica da filha.

A recuperação da paciente foi longa devido à necessidade de transfusão sanguínea. Por causa da perda de sangue no acidente, a imunidade dela caiu muito rapidamente, e por isso teve quadro de pneumonia. Foram realizados exames neurológicos e o cérebro dela não foi comprometido.

Na manhã de quarta-feira (3), o médico Daniel Carvalho Kállas elogiou os primeiros socorros prestados à criança. “O trabalho dos médicos do Samu foi excepcional. O Dr. Arthur foi competente, ele comprimiu o pescoço da menina para que não houvesse perda de sangue e após isso, entrou junto dela no centro cirúrgico, foram questão de poucos minutos pra começar a cirurgia, se não fosse por isso a menina não teria sobrevivido”, declarou.

“Eu nunca tinha visto uma lesão assim, foi uma lesão bilateral dos vasos sanguíneos do pescoço. Foram cortadas as duas veias jugulares e a carótida do lado direito, além da jugular do lado esquerdo. Geralmente, um caso como esse não dá tempo de chegar vivo no hospital, mas graças a Deus e aos profissionais responsáveis, foi possível salvar a vida da menina”, pontuou o médico.

Na opinião do médico, este caso trouxe aprendizados. “O primeiro é em relação ao que nossas crianças estão fazendo com esse tipo de brincadeira, com esse material. Precisa de mais fiscalização. O segundo aprendizado é valorizar mais o serviço que já existe na cidade, pois quem salvou essa criança foram o Samu e a UPA, realizando um atendimento de primeiro mundo, e essas pessoas precisam ser valorizadas. O terceiro aprendizado é que em lesões graves como essa é que o atendimento deve pular o pronto socorro e ir direto para o centro cirúrgico. Se não fosse feito isso, não teria dado tempo de salvar a vida dela”, completou.

Este trágico incidente reabre o debate sobre os perigos associados ao uso de linhas com cerol, uma prática clandestina que persiste apesar das campanhas de conscientização e das leis que penalizam sua fabricação e uso. “A mensagem que estou tentando transmitir é que as autoridades precisam considerar mais o aspecto humano. A linha de pipa pode ser fatal, tirando vidas, e eles deveriam valorizar a vida, não a linha de pipa em si. Se houvesse uma lei proibindo o uso da linha de pipa, isso não aconteceria. A falta de fiscalização é o motivo para a ausência dessa lei. Minha filha foi apenas mais uma vítima da linha de pipa”, ressaltou Valdecir.


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