Por André Paes Leme
Morreu na manhã desta quarta-feira, 1º de Maio, o grande mogimiriano Maurílio Vieira Teixeira, 67, que era mais conhecido como Lilo. Ele foi um ícone na sociedade, especialmente nos anos 1970, 80, 90 e 2000, devido a seu bom humor, suas tiradas rápidas e seu jeito extremamente cortez e simpático de tratar as pessoas. Expert em carro, trabalhou por muitos anos na então Codive, concessionária Chevrolet, a convite de um dos donos, o Zéca Carvalho, também já falecido. Os amigos são unânimes ao dizer que o mundo sem a presença física do Lilo perde um pouco o nexo.
O que será, por exemplo, dos encontros da minha turma, no final do ano, sem o nosso amado xamã? Maurílio, que passou a ser chamado desta maneira a partir do final dos anos 1990, já que o Lilo teria morrido no terremoto de Kobe (Japão), era uma pessoa ímpar, um ser iluminado, que jamais reclamava da vida. Muito pelo contrário. Era um apaixonado por música, tocava piano e, de quebra, compunha homenagens para suas musas. E eram muitas. Dono de um bom humor que fazia inveja. Lançou até CD!!!
Para os desavisados, Maurílio poderia parecer uma pessoa com deficiência mental. Na verdade era um gênio disfarçado e sarcástico. Adorava manter essa dúvida. Além disso, seu carisma e alma brincalhona eram tesouros que só os mais próximos tinham acesso. Em nossos churrascos, por exemplo, sua presença era aguardada sempre com muita expectativa. Uma festa sem as famosas imitações do Maurílio era inadmissível. Até posso ouvi-lo imitando um caminhão Mercedes-Benz 1113 equipado com turbocompressor, trocando marcha.
Quem não se recorda, então, da ignição do Dodge Dart. Sem falar das reduzidas do Ford Corcel 1973!!! Ah, quantas boas risadas esse palhaço celestial nos proporcionou. Também eram impagáveis as suas "bençãos" de final de ano, que eram mais aguardadas do que show do Roberto Carlos. Maurílio, realmente, era bento! E em vários idiomas. Foi uma pena não termos podido nos despedir desse nosso querido amigo do jeito que ele mereceria. No entanto, tenho certeza, que ele deixa esse plano para levar uma vida plena junto a Deus, onde poderá reencontrar o pai que tanto amava, a mãe, os amigos de Bar Mirim, inclusive o mestre Zizo.
Maurílio foi um amigo que alegrava as minhas manhãs, com deliciosas conversas no Café do Bruno. Sempre mantinha uma contagem regressiva para a festa da turma de final de ano. Infelizmente, tudo acaba. É inexorável. Porém, para quem permanece no planetinha azul, a dor permanece. Para nós, o tempo se arrasta e, portanto, ainda vai nos custar muitos dias antes de reecontrar Maurílio e tantos outros queridos que já partiram desse plano espiritual.
O único consolo é que Maurílio deixou muitas lembranças boas, excelentes histórias, belas imagens e uma legião de amigos. Já sugiro aqui que o bloco "E Eu Ligo...", no Carnaval de 2025, abra alas para homenagear esse ser especial. Vai ser mais um amigo nosso naquela galeria de foliões que, hoje, fazem a alegria dos anjos. Vá com Deus Maurílio querido. Que em tua jornada rumo à luz eterna, jamais esqueça daqueles que te amam e que continuarão te referenciando sempre!
*André Paes Leme é jornalista
O velório do Maurílio será a realizado das 18h00 até 22h00 de hoje no Velório Municipal de Mogi Mirim. Amanhã, quinta-feira (2), por das 07h00 o velório retorna. Já o sepultamento está marcado para as 10h00.
