Novo Coreto na Praça Rui Barbosa, restaurado, gera polêmica

A obra de restauração do Coreto Santa Cecília, situado na Praça Rui Barbosa, centro de Mogi Mirim, foi entregue na noite desta quinta-feira, 2, e em meio aos festejos, surgiu uma polêmica que deverá ser pauta de reunião do Cedoch (Centro de Documentação Histórica – Joaquim Firmino de Araújo Cunha) na próxima semana.

O Coreto, construído em 25 de fevereiro de 1940, é um dos cartões postais de Mogi Mirim e já foi palco das conceituadas corporações musicais Santa Cecília e São José, antiga Banda dos Meninos.

Como era...

... e como ficou

Trata-se de um patrimônio histórico tombado, segundo Lei nº 4.219, de 11 de setembro de 2006, e, recentemente, recebeu melhorias e nova pintura, mas a troca da grade de acesso ao Coreto tem provocado manifestações pelas redes sociais. As mensagens dão conta de que a estrutura metálica era outra e, como existe o tombamento, a estrutura teria que ser mantida.

Em questionamento feito pelo Portal da Cidade Mogi Mirim, a historiadora Carmen Bridi, presidente do Cedoch, informou que o assunto será debatido no próximo dia 8 de maio, com o objetivo de confirmar se o portão de acesso constava do tombamento ou não.

Durante a execução das obras, o Comphic (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Cultural) e o Conselho de Cultura teriam dado parecer favorável à substituição, sob a alegação de que a grade já não era a original, de 84 anos atrás. Ao longo dos anos, o Coreto passou por reformas e o portão anterior teria sido colocado em uma destas obras.

Também pelas redes sociais, o prefeito Paulo Silva (PDT) publicou uma mensagem sobre o assunto. “A grade substituída, presumivelmente instalada após a construção original em 1940, apresentava elementos curvos que não estavam em harmonia com o estilo Art Déco característico da estrutura do coreto. A decisão foi, portanto, manter a grade por questões de segurança, removendo apenas os elementos curvilíneos que não condiziam com o estilo original”, escreveu.

A restauração do patrimônio histórico foi feita com verba impositiva, no valor de R$ 50 mil, indicada pela primeira-dama e vereadora Luzia Cristina Cortes (PDT).

Além da pintura e troca do portão, o Coreto passou por uma série de intervenções para sua manutenção e conservação. Segundo o secretário de obras, Paulo Roberto Tristão, a empresa responsável tratou as superfícies do coreto, corrigiu problemas de drenagem, consertou estruturas danificadas e restaurou o piso hidráulico. Houve também uma atualização na instalação elétrica e na iluminação interna.

Nos últimos tempos, o Coreto público, com aspecto de abandono, vinha sendo utilizado por moradores em situação de rua e usuários de drogas. A expectativa é de que com a estrutura restaurada e aumento de patrulhamento da GCM (Guarda Civil Municipal) o espaço não seja utilizado de forma irregular.