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PADRE ROQUE

Mudanças no trânsito da rua Padre Roque divide opiniões

Enquanto muitos motoristas aprovaram a mão dupla, empresários temem queda no movimento por falta de estacionamento

Publicado em 22/12/2021 às 17:28
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Desde as 5h00 de segunda-feira (20), a Rua Padre Roque começou a operar em mão dupla, após a conclusão do projeto da Secretaria de Mobilidade Urbana. Segundo a Prefeitura, essa mudança viária estaria atendendo uma antiga reivindicação de usuários e comerciantes da região.

Ainda de acordo com a administração municipal, a medida também visa melhorar o fluxo e ampliar o movimento de veículos, facilitando o acesso de consumidores ao comércio local. No entanto, não é isso que a reportagem do Portal da Cidade constatou ao entrevistar motoristas e comerciantes.

A impressão que se tem é que a mudança no trânsito da rua divide opiniões, com alguns motoristas aprovando as mudanças e comerciantes, repudiando a mão dupla no local. O empresário Nelson Aparecido Gonçalves, 67, afirmou que o trânsito no local ficou ótimo. “É melhor opção para quem deixa a cidade ou está chegando a Mogi Mirim”, afirmou.

Para ele, a rua Padre Roque jamais deveria ter sido alterada para mão única. O aposentado Saul Martinho de Araújo, 67, também aprovou a novidade. “Sou a favor da mão dupla, pois vai facilitar o acesso ao comércio daquela rua. Só precisamos ver se essa via vai comportar o aumento do fluxo de veículos”, observou.

A via foi liberada já sinalizada, com demarcações no solo e placas instaladas por todo o trajeto. Na prática, a alteração acontecerá entre as ruas 13 de Maio e Sergipe. Em todo o trecho, a velocidade foi reduzida para 50 Km/h e as vagas de estacionamento foram redistribuídas para a criação de retornos, facilitando o tráfego e garantindo segurança ao condutor.

Mesmo com essas mudanças e sinalizações, a empresária Fernanda Vischi, 34, disse que para ela, a mudança foi prejudicial. Dona de um restaurante próximo à rua Padre Roque, diz que seus clientes, muitas vezes, têm que estacionar a 100 metros de distância por falta de um local para parar o carro.

“Está um inferno isso aqui”, desabafou. Para Fernanda, não há o menor nexo essas mudanças. Para ela, quem procura o comércio da Padre Roque vem, independentemente, da mão de direção. O lojista João Batista Sanseverino, 78, empresário do ramo de acessórios automotivos, também desaprova as mudanças.

FILAS ENORMES

Ele alega que, a princípio, estava temeroso com acidentes e que mesmo depois da nova demarcação da sinalização, continua preocupado com a segurança no local. “Acho que vão ocorrer muitos acidentes. Agora, com os cones e a presença de agentes de trânsito, a coisa está calma. Mas e quando tirarem isso?”, questiona.

Sanseverino chama a atenção para outro problema citado por vários empresários: a falta de estacionamento. "Na minha loja, eu tenho espaço de sobra para receber vários veículos, mas fico imaginando os lojistas que não conta com estacionamentos em seus estabelecimentos”, pondera.

O empresário Florentino Luiz Gonçalves, o Tina, dono de um dos mais tradicionais e movimentados restaurantes da cidade, afirmou que toda a mudança gera desconforto, mas espera que tudo acabe bem em relação às mudanças no trânsito da Padre Roque.

Por outro lado, criticou a pressa e a falta de diálogo por parte do Poder Público antes de fazer as mudanças. “Há 10 anos, quando a Padre Roque mudou, Mogi Mirim tinha bem menos veículos nas ruas. Agora, isso vai ficar um inferno”, observou. “Sem falar que mataram a avenida da Saúde”, disparou.

Tina disse ainda que, em determinados horários, a fila que se forma na rua, antes do semáforo existente no cruzamento da Padre Roque com a Coronel Venâncio Ferreira Alves, chegam até ao restaurante. “O semáforo não está dando conta”, acredita.

O empresário também criticou a falta de estacionamento que a mudança trouxe. “Muitos clientes estão revoltados com o excesso de multas. Poderiam (Prefeitura) ter esperado as festas de final de ano para promover essas mudanças”, finalizou.


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