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OLIMPÍADAS

Free Play: tecnologia no caminho rumo a Tóquio

Conrado foi convidado a participar do Meazure Elite Team e é o primeiro nadador a fazer parte deste projeto sem ter ido ainda para uma Olimpíada

Publicado em 21/01/2021 às 21:59

Ricardo Martiniano (Free Play/Sejel), Augusto Barbosa (Meazure), Conrado Coradi Lino (Free Play/Sejel) e Leonardo Leis (Meazure)

Movimento de Conrado acompanhado por Augusto dentro do trabalho de biomecânica

Ricardo Martiniano, Augusto Barbosa e Conrado Coradi Lino

Ciclo olímpico. Estamos em mais um e não dá para negar que todos os atletas que aspiram ir a Tóquio em 2021 estão com aquele frio na barriga. Para competir por uma das vagas na natação, Conrado Coradi Lino, atleta da Free Play/Sejel, conta desde o ano passado com um suporte para lá de especial. E, a partir desta oportunidade e através do trabalho da equipe, esta parceria foi além.  

A Free Play, com o respaldo da Prefeitura Municipal de Mogi Mirim, parceira há mais de 15 anos da equipe, firmou acordo com a Meazure, empresa fundada em 2013 e que fornece soluções e serviços de ciência do esporte. Com a missão de produzir e aplicar o conhecimento científico com o propósito de melhorar o desempenho físico humano, a empresa tem como diretor técnico o cientista do esporte Augusto Barbosa.

Doutor e mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele tem atuado como biomecânico em importantes equipes de natação no Brasil, como o Corinthians, onde trabalhou de 2009 a 2011 e no Minas Tênis Clube, em que está desde 2011. Acompanhou atletas que foram convocados para as Olimpíadas de 2008 (Pequim) e 2012 (Londres).

E desde 2020 está à disposição da Free Play e de Conrado na missão de colocar um mogimiriano em uma competição olímpica. “São transferidos relatórios semanais para São Paulo, em que há uma devolutiva de toda evolução do nosso trabalho. Caso haja necessidade durante um treinamento, entro online e as dúvidas, correções e avaliações são feitas imediatamente. Há visitas periódicas para avaliação técnica e de esforço presencial, que são constantes”, explica Ricardo Martiniano, coordenador técnico da equipe.

O trabalho, inicialmente, era para durar cinco meses, até a seletiva para as Olimpíadas, marcada à época para abril de 2020. “Mas, através do desempenho do Conrado e sua qualidade técnica, ele foi convidado a participar do Meazure Elite Team, em que aparece como o primeiro nadador a fazer parte do time sem ter ido ainda para uma Olimpíada, conquistando, com isso, a oportunidade de seguir sem custo com o trabalho até a seletiva olímpica de 2021”.

O Campeonato Brasileiro Absoluto de Natação, que definirá os representantes do país na natação dos Jogos, já tem data marcada. Será entre 19 e 24 de abril, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro (RJ). “Quando eu vi o Conrado competir, fiquei animado e, ao mesmo tempo, incomodado. A gente só teria um ciclo de trabalho até o Maria Lenk.

Quanto mais ciclos a gente monitora, mais a gente entende sobre aquele atleta. E eu não estou interessado no impacto que este treino pode ter em qualquer outro atleta do mundo. Quero entender que impacto este treino tem especificamente para o Conrado”, enfatizou Barbosa.

O trabalho é minucioso, seja nos treinos ou em uma competição, reduzindo equívocos que podem distanciar o atleta do objetivo. “A quantidade de erros que cometemos é muito menor. Então a gente vai minimizar as chances de erro a partir de agora, que a gente tem daqui até o final do ano, e do começo do ano que vem até a seletiva olímpica, que provavelmente vai acontecer em abril do ano que vem. A gente ganha tempo para compreender como o Conrado reage às cargas de treino e as correções que a gente pode apontar neste caminho”.

Augusto ressaltou a importância da ciência do esporte dentro do cenário atual. Frisou que, por muitos anos, os treinadores foram super-heróis. “Eles precisavam ser psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e exerciam todas as funções ao mesmo tempo”, observou Augusto. Para ele, à medida que o tempo passou, novas áreas se interessaram e se tornaram necessárias para otimizar o desempenho dos atletas.

“O trabalho é minucioso, seja nos treinos ou em uma competição, reduzindo equívocos que podem distanciar o atleta do objetivo. A quantidade de erros cometidos é muito menor. Diferente do futebol, por exemplo, em que às vezes um atleta que está acima do peso, consegue se posicionar muito bem e ainda assim fazer o gol, na natação isso é muito mais improvável de acontecer. É por isso que, com este trabalho, ressaltamos as variáveis”, destacou Martiniano, respaldado pelas palavras de Barbosa.

“E como a gente está brigando por centésimos é bem importante que a gente tire o máximo possível, eu acho que isto aqui dá certo, eu imagino que possa ser bom”. Martiniano ainda reforçou que os ganhos com o trabalho vão muito além de Conrado.

“Todos da equipe se beneficiam. O trabalho inteiro foi reestruturado. Tudo que é aplicado no Conrado é repassado à equipe e, como legado, a todos os futuros atletas. Acredito que esse é o cerne do projeto. Toda vez que sai no jornal ou na internet a foto do Conrado e seus resultados muitas crianças se identificam e passam a querer praticar esporte”, frisou o coordenador.

Neste começo de janeiro, após a retomada dos treinos, já rolou a primeira call. Ou seja, a chamada que envolve a Free Play/Sejel e a Meazure, que discute a formatação do processo inteiro de periodização dos treinos de Conrado. “Foi bem tranquila, bem prática. Também acertamos as datas de visita a São Paulo”.

Com tudo encaminhado, resta a Conrado encarar os treinos na piscina olímpica e partir em busca de superar as marcas do ciclo olímpico anterior, quando foi o sétimo melhor do Brasil nos 400 metros medley, ficando a apenas 10 segundos da vaga olímpica.

Focado em conquistar um dos lugares rumo a Tóquio e empolgado com as conquistas dentro do projeto em parceria com a Meazure, o atleta mantém acesa a chama de colocar Mogi Mirim em uma Olímpiada. “Sei que é algo inédito e estamos aqui, há anos, com este objetivo. Tanto que recusamos propostas boas, como do Minas Tênis Clube. Somos de Mogi Mirim, nadamos por Mogi Mirim e vamos com foco total para escrever o nome da cidade na história olímpica do país”.

O trabalho da Free Play é desenvolvido com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Mogi Mirim, Colégio Conectado, Gonçalves Avenida Society, Ótica Líder, Sucos Alvorada, Tradibom e VSwim e apoio do Laboratório 22 de Outubro e da Clínica Vitallis.


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