O buraco parece ainda mais fundo – e sem fim. O estádio que encheu Mogi Mirim de orgulho por ser considerado referência e sinônimo de modernidade hoje mais parece um mausoléu e retrato de abandono.
Para piorar, além de abandonado pela falta de time, de jogos e da presença de torcedor, agora o estádio está interditado. A Central de Fiscalização da Prefeitura lacrou os acessos ao estádio Vail Chaves na tarde desta quinta-feira (5).
A operação teve apoio da Guarda Civil Municipal (GCM).
O QUE DIZ A PREFEITURA
Em nota, de acordo com a Secretaria de Negócios Jurídicos, a medida foi autorizada devido a não apresentação de registros, como alvará de funcionamento e do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) que já estavam as validades expiradas.
Anteriormente, o clube já havia sido notificado pelas equipes de fiscalização, além de terem obtido prazo para a regularização dos documentos. Segundo a Central de Fiscalização, o AVCB para estádio tem validade de um ano. No caso do MMEC, o período expirou em junho.
Com a interdição, o clube está proibido de realizar eventos nas dependências do complexo esportivo. Caso a decisão seja descumprida, denúncias podem ser formalizadas para a GCM através do telefone 3805-3686 / 3806-3193 e à Central de Fiscalização no contato 3804-1027.
O funcionamento do MMEC deverá ser permitido apenas após a regularização da documentação necessária.
O QUE DIZ O MOGI MIRIM
A reportagem do Portal da Cidade Mogi Mirim buscou informações com a diretoria do Mogi Mirim. O clube é presidido por Luiz Henrique de Oliveira, candidato a prefeito pelo PRTB.
O Mogi Mirim garante que o AVCB é válido. E para comprovar isso, apresentou documento que pode ser consultado por qualquer interessado no portal do Corpo de Bombeiros.
“Conforme previsto no artigo 80 e parágrafo único da Portaria nº CCB-003/800/19, o interessado deverá substituir o projeto técnico físico por processo em formato eletrônico, até o final da validade desta licença, de forma a não comprometer a sua renovação subsequente. 2 - Os setores S6, S7, S8, S9, S10, S11, S12 e S13 estão interditados devido a problemas estruturais, devendo permanecer fechados ao acesso do público, conforme laudo técnico do engenheiro responsável técnico interditando os setores citados por motivos estruturais. 3 - Com a interdição dos setores citados, a capacidade total fica estabelecida em 15.440 pessoas. 4 - Os setores interditados devem permanecer fechados e isolados por barreira física impedindo a circulação de público, permanecendo o isolamento sob responsabilidade do responsável pelo uso/proprietário conforme termo de compromisso anexado. 5 - Vedado o uso de artefatos pirotécnicos no interior do estádio”, descreve.
O documento é encerrado com a informação: “validade da licença prorrogada em razão da Portaria CCB-025/800/20”.
O clube também apresentou um laudo que confirma as condições do estádio, embora com restrições por causa do não cumprimento do Estatuto do Torcedor no tocante ao monitoramento, o que forçou a redução da capacidade do estádio para 10 mil lugares.
Segundo o Mogi, o laudo de segurança da Polícia Militar também é válido até 30 de novembro.
O laudo de engenharia e conforto é vigente até 22 de fevereiro.
O Portal da Cidade Mogi Mirim solicitou cópia de todos os documentos.
O presidente do clube, Luiz Henrique de Oliveira, gravou um vídeo e remeteria o material ao Portal da Cidade.
AVCB vigente