Portal da Cidade Mogi Mirim

Alerta saúde

Pacientes denunciam lotação e demora no atendimento da UPA zona leste

Saúde e Instituto que administra a UPA justificam dia atípico, com grande procura de pacientes com maior gravidade, necessitando de atendimento prioritário

Publicado em 21/03/2023 às 17:58
Atualizado em

(Foto: Cláudio Felício/Portal da Cidade de Mogi Mirim)

(Foto: Cláudio Felício/Portal da Cidade de Mogi Mirim)

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(Foto: Cláudio Felício/Portal da Cidade de Mogi Mirim)

Por volta das 12h20 a equipe do Portal da Cidade Mogi Mirim foi chamada por pacientes que aguardavam há mais de cinco horas por atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da zona leste e não tinham expectativa de passarem tão cedo pelo médico, pois o local estava lotado.

Um homem enviou a seguinte mensagem à redação: "Meu filho chegou 8h30 e até agora (12h24) não passou no médico. Alguém da reportagem pode vir aqui?, perguntou e já acrescentou: "É uma pouca vergonha, tá lotado e não tem médico", escreveu o pai do paciente.



O Portal da Cidade foi ao local e, de fato, constatou que havia muitos pacientes aguardando tanto na recepção quanto no lado de fora da unidade. O registro foi feito por volta das 15h e centenas de usuários esperavam pelo atendimento, inclusive, alguns procuraram a reportagem na hora que as fotos estavam sendo feitas, e também reclamaram da demora e da falta de informações sobre a presença dos médicos no local.

OUTRO LADO

Desde fevereiro, a UPA de Mogi Mirim é terceirizada. A Prefeitura repassou a administração para a Iafa (Instituto de Apoio à Família).

Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, a gerente da unidade, Gisele Felix, informou que a terça-feira foi atípica e recebeu grande número de pacientes classificados com o código amarelo, ou seja, de acordo com os sintomas apresentados na triagem, eles precisaram de urgência no atendimento. Segundo dados iniciais informados, 390 pacientes tiveram essa classificação, sendo que 10, foram transferidos para a Santa Casa. 

Os administradores disseram que ainda farão um levantamento para entender o motivo da grande busca por atendimento nesta terça-feira, pois, geralmente o pico alto de atendimento é, tradicionalmente, registrado às segundas-feiras. Mas já puderam informar que tinham bastante idosos e pacientes com doenças crônicas agravadas, pacientes clinicamente avaliados como descompensados, situação ocasionada por diversos fatores ainda a serem analisados. Nesses casos, a justificativa é de que precisam de prioridade no atendimento, além de uma avaliação mais detalhada das queixas.

Ainda segundo a gerente da UPA, não tiveram faltas de médicos. Os três plantonistas estavam atendendo desde às 7h da manhã e, depois das 14h, outro médico integrou o plantão. Quanto à equipe de enfermagem, a informação oficial é de que o quadro também estava completo.

A expectativa da Prefeitura é que a partir de maio, quando abrir o Pronto Socorro Central, a UPA zona leste possa se desafogada, e os atendimentos serem divididos em dois espaços. Leia mais, clique aqui:

Segundo a assessoria de imprensa da Saúde, a secretária da pasta, Clara Alice Franco de Almeida Carvalho, deverá buscar dados técnicos junto ao IAFA sobre os motivos do que foi registrado na UPA, nesta terça.

E informou que na unidade, os profissionais da unidade usaram o protocolo de classificação de risco na triagem, que é feita antes de o paciente ser encaminhado para atendimento médico. É seguido o Protocolo de Manchester - um desenvolvido com o objetivo de classificar a prioridade de atendimento dos pacientes, é  identificado o nível de gravidade em cada caso.

PROTOCOLO 

A classificação é feita de acordo com as queixas e sintomas e com os principais fatores, ou seja, aqueles que impactam o tempo em que o paciente pode esperar, tais como: risco de morte, escala de dor, hemorragia, nível de consciência, temperatura, glicemia, entre outros.

Após a avaliação, a ficha do paciente recebe uma cor de acordo com sua posição na escala de cinco níveis estabelecida pelo sistema, indicando o tempo de espera segundo a gravidade:

Vermelho: emergência, atendimento imediato. Significa risco de morte iminente. Exemplos disso são os casos de traumatismos, acidentes automobilísticos, entre outros. Sendo assim, as estratégias terapêuticas devem ser objetivas e imediatas para evitar danos maiores ou a morte no paciente;

Laranja: muito urgente e precisa ser atendido o mais rápido possível. São considerados urgentes os casos de suspeita de acidente vascular encefálico, infartos etc. Nessas situações, há uma janela de tempo para intervenção terapêutica. Sendo assim, é preciso muita atenção para não gerar complicações clínicas ou sequelas nos pacientes;

Amarelo: urgente, necessita avaliação mais detalhada, mas tem condições clínicas de aguardar. Normalmente são situações de processos infecciosos, que podem requerer medicamentos endovenosos;

Verde: pouco urgente, pode aguardar assistência médica ou ser encaminhado para outra unidade de saúde. São condições pouco complexas como pequenos ferimentos, infecções autolimitadas como o resfriado, entre outras possibilidades;

Azul: não urgente, ou seja, deve ser acompanhado no consultório médico ou ambulatoriamente. São situações em que os pacientes podem aguardar até 240 minutos, não tendo resolutividade do problema dentro do ambiente hospitalar. Por isso, são aconselhados a buscarem os consultórios médicos em outro horário. 

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