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CPI DA MERENDA

Requerimento da oposição é aprovado por unanimidade pela Câmara

Vereador Tiago Costa garante que intuito não é punir ninguém, mas investigar a qualidade dos alimentos servidos às crianças

Publicado em 24/05/2022 às 10:49

Os vereadores aprovaram, na noite de segunda-feira (23), por unanimidade, o requerimento que cria a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai apurar a qualidade da merenda escolar servida aos quase nove mil alunos da rede municipal de ensino.
A proposta de CPI foi apresentada pelo vereador Tiago Costa (MDB) e já tinha o apoio de outros seis parlamentares. A votação foi nominal e não houve embate entre opositores e a base governista. Também serão investigados outros aspectos da merenda, como licitação, pagamentos e controle de qualidade.
A CPI da Merenda, como já vem sendo chamada, terá três meses para apresentar uma conclusão dos trabalhos, mas também pode ser prorrogada por outros 90 dias. A CPI da merenda foi motivada por inúmeras reclamações de mães de alunos que questionavam a qualidade do alimento servido nas escolas municipais e creches.
As críticas mais contundentes eram em relação à qualidade do arroz, feijão, macarrão, leite em pó e carne. Essas reclamações encontraram respaldo dos vereadores Tiago Costa (MDB) e Joelma Franco da Cunha (PTB) que, na semana passada, estiveram em diversas unidades escolares e no Banco de Alimentos, onde mantimentos impróprios para consumo foram levados.
Os dois vereadores também disseram que têm provas de que crianças passaram mal após consumir esses alimentos. Na noite da aprovação da CPI da Merenda, a vereadora Luzia Cortez Nogueira (PDT), afirmou que é preciso investigar essas denúncias e separar o que é “fakenews” de casos concretos.
Já a Prefeitura vem repetindo que a Seduc (Secretaria da Educação) do Município, assim que constatou problemas com a merenda, recolheu os produtos, mesmo esses estando dentro do prazo de validade.
A Seduc ressalta ainda que impediu que alimentos impróprios fossem preparados e servidos às crianças e que todos os procedimentos foram acompanhados por nutricionistas da pasta. Além da carne e demais alimentos, cuja qualidade foi questionada, o caso do leite em pó é o mais grave.
LEITE
A empresa que fornece o produto à prefeitura, da marca Romano, há alguns anos foi acusada, em uma licitação da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, de ter reensacado leite Ninho, da Nestlé, na sua embalagem para melhorar a qualidade.
Também há dois anos, um lote de leite em pó dessa mesma empresa, foi autuado duas vezes pela Prefeitura de Ribeirão Preto por apresentar quantidades acima do permitido de gordura. Em São Carlos, em 2018, a Romano prometeu entregar leite em pó para a merenda, mas, na verdade, forneceu um composto lácteo com maltodextrina, um suplemento à base de dextrina e maltose, usada por fisiculturistas. O produto também pode causar problemas graves a crianças diabéticas. Tudo isso será investigado pelos membros da CPI da Merenda.

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