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CONDIÇÕES PRECÁRIAS

Ministério Público fecha clínica clandestina nas Chácaras São Marcelo

A operação, que também contou com a participação da Polícia Civil e GCM, foi desencadeada a partir de denúncias anônima de maus tratos e cárcere privado

Publicado em 20/10/2020 às 22:39
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(Foto: Claudio Henrique Felício)

A Polícia Civil de Mogi Mirim, GCM (Guarda Civil Municipal), acompanhadas por representantes do MP (Ministério Público), fecharam, na manhã de terça-feira (20), uma clínica de tratamento de viciados em droga que funcionava de maneira clandestina, nas Chácaras São Marcelo, zona rural de Mogi Mirim.

A coordenadora da entidade e um monitor foram presos em flagrante. De acordo com policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais), a operação foi desencadeada após denúncia anônima de maus tratos e cárcere privado. Ao chegarem à clínica, que fica à rua Osmundo Silva, os investigadores constataram que havia, pelo menos, 24 internos no local.

Eram, na maioria, jovens de várias cidades da região, como Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Serra Negra, Itapira, Engenheiro Coelho e até um cidadão alemão, de 24 anos. Os investigadores também apreenderam no local uma grande quantidade de medicamentos controlados, sem receita médica, nem comprovação de origem.

Um dos internos contou à Polícia que não há médicos que atendam na clínica, muito menos assistência psicológica ou psiquiátrica. Disse apenas que uma “enfermeira” era quem cuidava do medicamento de todos os internos. Eles ainda eram obrigados a limpar o local, como forma de “laborterapia”.

Ainda de acordo com os policiais, o local funcionava sem alvará da Prefeitura ou do Corpo de Bombeiros e não oferecia acomodação adequada para os internos. As janelas, por exemplo, eram trancadas por fora, como cavacos, colocando em risco a vida dos internos, uma vez que prejudicaria uma evacuação de emergência em caso de um incêndio ou outro problema.

SUPERLOTADOS

Em depoimento na CPJ (Central de Polícia Judiciária), outro interno da clínica revelou que os quartos eram superlotados e havia apenas dois banheiros para atender a todos. Ele recorda que alguns internos chegavam a defecar ou urinar no piso de madeira da clínica, por falta de banheiro, provocando um odor terrível.

Outros denunciaram que estavam no local contra a vontade e que a comida servida aos internos seria de péssima qualidade, com o cardápio resumindo-se a arroz com salsicha, hambúrguer e outros produtos industrializados, sem carne fresca.

Por ordem do MP, a clínica foi imediatamente lacrada e os internos foram liberados aos familiares. Uma equipe da Vigilância Sanitária da Prefeitura também esteve no local. A coordenadora continuava presa na CPJ na manhã desta quarta-feira (21), mas o monitor já havia sido transferido para a UDTE (Unidade de Detenção, Triagem e Encaminhamento) de Itapira.


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