Portal da Cidade Mogi Mirim

HENRIQUE ROSA

“Como estaria Mogi hoje se 20 anos atrás a arena tivesse vingado?”

Ex-diretor de esportes nos dois primeiros mandatos de Paulo Silva elogia iniciativa para construção de arena multiuso, mas pede política pública

Publicado em 19/03/2023 às 17:41

Antigo kartódromo que pode abrigar arena multiuso (Foto: Portal da Cidade Mogi Mirim)

“Como estaria Mogi Mirim hoje se 20 anos atrás o projeto tivesse vingado?”. A pergunta provocativa parte de quem dirigiu o então departamento de esportes de Mogi Mirim nos oito anos nos dois primeiros mandatos de Paulo Silva (1997 a 2004). E se refere justamente ao projeto de uma arena multiuso, projetada para a antiga área do kartódromo, apresentado há duas décadas.

Edson Henrique Rosa foi autor do primeiro projeto de construção de uma arena para a cidade, mesmo local onde agora o governo Paulo Silva tenta emplacar uma obra de mais de R$ 15 milhões com empréstimo via Caixa Econômica Federal. Ao dar entrevista ao Portal da Cidade, Rosa pede apenas que suas palavras não configurem posicionamento político, uma vez que hoje ele tem se debruçado apenas em outros projetos de esportes na iniciativa privada.

“20 anos atrás se falava de um projeto como esse. A gente estava fora da casinha, muita gente me chamava de louco”, lembra Rosa. Ao se perguntar como estaria Mogi Mirim se a arena tivesse sido construída 20 anos atrás, o ex-diretor do Deretur reflete se haveria alguma transformação no meio esportivo.

“Nossa ideia era potencializar as escolinhas, as equipes de competição e não perder os atletas, como vinha ocorrendo à época, para cidades da região. A gente queria ter uma política pública séria, em que a estrutura física seria apenas o meio, e não o fim. Porque se não houver projeto, fica um verdadeiro elefante branco pra cidade”, disse.

“Não posso julgar o projeto atual, porque desconheço a fundo o trabalho feito pelo poder público, mas na minha época tínhamos vários polos em atividades, como vôlei, handebol, tênis de mesa, futsal, o futebol, intercâmbios de equipes, trazíamos jogos para levar o público a conhecer um pouco do que tinha de melhor no esporte nacional”, relembra.

O ex-diretor de Esportes conta que ocorreram algumas melhorias nas praças esportivas na época em que ocupou o cargo, entre 1997 e 2004, e que a construção deste ginásio seria para dar continuidade ao processo de incentivar as modalidades esportivas.

“Na época não havia linhas de financiamento e a prefeitura não tinha dinheiro, por isso, o projeto não saiu do papel. Mas o espaço teria condições de abrigar competições de lutas, modalidades coletivas e teria áreas para locação, como lanchonetes, para fazer receita”, cita. “Tinha propósito que aquele ginásio iria potencializar outras modalidades, uma visão mais ampla, não somente politicamente construir um ginásio. Tinha um porquê”.

Por isso Henrique Rosa pede reflexão para o bom uso de uma eventual nova área de esportes. “A cidade vai ganhar muito, mas precisa ter outras ações para o esporte na cidade. É maravilhoso ter uma arena como essa, mas tudo precisa ser muito bem tratado, incluindo a manutenção de uma arena como essa”, completou.

Henrique Rosa seguiu carreira no esporte após deixar o Deretur em 2004. Tem organizado a Taça EPTV de futsal nas regiões de Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto e Varginha, é dono da escolinha de futebol do São Paulo, há 23 anos organiza um campeonato internacional de futebol de base em São João da Boa Vista e também é corretor de imóveis de alto padrão na região.

Outros projetos de arena foram apresentados nos anos após a passa de Henrique Rosa pelo Deretur, como a arena que Carlos Nelson Bueno projetou para a área do antigo aeroclube e a construção de um mesmo centro esportivo na gestão Gustavo Stupp. Tudo, é óbvio, não saiu do papel.


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