Em tempos de pandemia, cria-se um ambiente muito propício para o aparecimento de gente inescrupulosa, especuladores que remarcam preços de produtos essenciais, que criam pânico ou que passam a se comportar com egoísmo exacerbado.
Por outro lado, graças a Deus, também há espaço para o surgimento de bons exemplos de solidariedade, como os voluntários das redes sociais que, pouco a pouco, iluminam as trevas da pandemia com um sopro de bondade e esperança.
Não se sabe quando e onde esse movimento começou, mas em Mogi Mirim já angariou muitos adeptos. São pessoas, a maioria jovens, dispostos a ajudar idosos com tarefas simples, como ir ao supermercado, farmácia, pagar contas, etc.
A meta, além de fazer esse trabalho, é evitar que pessoas com mais de 60 anos se exponham a riscos desnecessários de contaminação pelo coronavírus. Em um centro espírita da cidade, por exemplo, um grupo de voluntários já está colocando esse plano em prática.
A ajuda para as compras e a busca por remédios em farmácias, tem sido as principais atividades desses “anjos”. Tudo feito gratuitamente, mas com muito empenho e carinho. Em troca, pedem apenas o anonimato.
Já o jovem Pedro Violeiro, um artista muito conhecido no meio artístico regional, admite que entrou de cabeça na onda do voluntarismo inspirado pela mãe, dona Lúcia. Desde que começou a pandemia do Covid-19, ela já fabricou mais de 50 máscaras, distribuídas gratuitamente na cidade.
E quem distribui é Pedro. Ele diz que faz esse trabalho por pura gratidão e respeito à mãe, que continua confeccionando máscaras. O violeiro revelou que desde os 9 anos faz trabalho voluntário, inclusive com apresentações em hospitais e asilos. “Isso me dá uma satisfação enorme”, acrescenta.
Outra alma iluminada dessa turma é a do professor de educação física, Denilson Scarpiti, 40. Ele se voluntariou quando percebeu que alguns idosos poderiam ter dificuldades para adquirir alimentos e remédios, seja por restrição da quarentena ou por falta de meios de locomoção. “Não poderia ficar parado diante disso”, comentou.
DNA SOLIDÁRIO
Ele garante que a solidariedade sempre fez parte de seu DNA e que agora, apesar dos riscos, não pretende desistir de ajudar as pessoas. “Tenho uma moto e posso levar as coisas que eles necessitam. O pagamento será ver um sorriso no rosto de um idoso e ter a certeza de estar fazendo o bem”, externou, emocionado.
A solidariedade em tempos de epidemia também sensibilizou a podóloga Larissa Rotolli, 36, que também se colocou à disposição dos idosos que precisarem de ajuda com as compras, farmácia ou pagamento de contas. Ela é mais um “anjo” nessa legião que vem crescendo na internet.
“Resolvi ajudar porque tenho boa saúde, não faço parte de nenhum grupo de risco do Covid-19 e também porque não queria ficar de braços cruzados. Precisava fazer algo para ajudar”, enfatizou. Para Larissa, quanto maior for a solidariedade, mais rápido superaremos essa crise.